segunda-feira, 11 de julho de 2011

A substituição dos livros por e-books

Recentemente a Coréia do Sul anunciou que até o ano de 2015 os livros didáticos e literários de suas escolas serão substituídos de maneira digital. A promessa é de um investimento do equivalente a 3,2 bilhões de reais para a troca dos livros por tablets para todos os alunos e famílias de baixa-renda. E no Brasil, esta troca daria certo?

Os rumores surgem por todo o lado, mas nada é certo. Os exemplos destra troca que temos até agora aqui no país são privados. Um dos primeiros exemplos – ainda em 2010 - foi um cursinho na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo, que deixa um iPad para cada aluno matriculado, e no final do curso o aparelho é ‘doado’ para o aluno. O resultado, porém, foi de um aumento de 50% no valor da mensalidade – chegando ao entorno de R$1.750,00. Nas escolas públicas, ainda em São Paulo, existia um rumor de que o Governo havia comprado uma leva de iPads para distribuir – programa parecido com o de notebooks populares, que surgiu a alguns anos atrás. Este rumor porém não se concretizou, talvez pela (incerta) vinda da montadora chinesa Foxcon para o Brasil.

Alguns especialistas são céticos em relação ao assunto. Um aparelho como o iPad terá todos os livros na palma da mão, coloridos, interativos e mais uma infinidade de recursos que poderiam desviar a atenção do aluno durante a aula. É claro que esta preocupação deve ser principalmente do professor, que deve se preparar cada vez mais para receber estas tecnologias me sala de aula e também entrar de cabeça na onda da inclusão digital. Uma opção mais segura – e mais barata – seria o Kindle, da Amazon, um aparelho exclusivo para leitura com uma tela em preto-e-branco, sem jogos, sem navegação avançada. Esta limitação multimídia pode na verdade inutilizar o aparelho dentro de poucos anos.

A verdade é que toda e qualquer ferramenta pode ser usada para o bem do aluno ou para sua perdição. O iPad é cheio de jogos, fotos, vídeos e infinitos aplicativos – além da navegação pela internet – coisas que serão usadas de maneira indevida dentro da sala de aula, seja no ensino público ou privado. De maneira diferente, os rabiscos nos livros didáticos se transformarão na atualização do status do FaceBook, mas todo o material do ensino se transformará num incentivo que poderá ser lapidado em tempo real.

Nicolas Augusto Milanes

Um comentário:

  1. Gostaria de saber quanto a capacidade de alfabetização de um aluno com esse tipo de tecnologia em mãos.

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